segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Filme: O Pianista


O Pianista

                                   O Pianista

The Pianist
EUA , 2002 - 150 min.
Drama / Guerra
Direção:
Roman Polanski
Roteiro:
Ronald Harwood, Wladyslaw Szpilman
Elenco:
Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski, Ed Stoppard, Maureen Lipman, Frank Finlay, Jessica Kate Meyer, Julia Rayner, Wanja Mues, Richard Ridings
Excelente
O Pianista 
 
O Pianista 
 
O Pianista 
 
O Pianista 
 
   Antes de mais nada, O Pianista (The Pianist, 2002), o mais recente trabalho de Roman Polanski, merece respeito por um detalhe crucial. Numa indústria em que o termo "engajado" normalmente recebe cunho pejorativo, o filme faz parte de uma classe em extinção: a do cinema feito por paixão, vocação e, acima de tudo, uma necessidade quase fisiológica de se expressar. Mas existe um problema aparente: trata-se de mais uma, entre as dezenas de obras a respeito do Holocausto.
A trama baseia-se na autobiografia de Wladyslaw Szpilman  (1911-2000), um dos 400 mil judeus que viviam em Varsóvia e que foram sumariamente massacrados quando a Alemanha invadiu a Polônia, em 1939. Szpilman, aclamado instrumentista da Rádio Nacional, assistiu ao confinamento de sua família e dos seus pares poloneses no chamado "Gueto" da cidade, sofreu diante das normas racistas impostas pelo exército nazista, escapou do conseqüente extermínio e sobreviveu como um moribundo nos escombros da cidade até o final da II Guerra Mundial, em 1945.
Enfim, nada que já não tenha sido mostrado, por exemplo, no especial para a TV Insurreição (Uprising, 2001 - disponível nas locadoras), com competência e elenco de astros. O que faz do filme, então, uma obra-prima merecedora da Palma de Ouro em Cannes, do BATFA, do César, do Goya de Melhor Filme Europeu - e de sete indicações ao Oscar (Filme, Diretor, Ator, Fotografia, Figurino, Roteiro Adaptado e Montagem)? Três coisas pesam a favor de uma avaliação. Ou melhor, três nomes: Polanski, Szpilman e seu intérprete, o ator nova-iorquino Adrien Brody.
Primeiramente, a trajetória real do pianista se confunde com a do cineasta. Responsável por (pelo menos) três clássicos obrigatórios, O bebê de Rosemary (Rosemarys Baby, 1968), Chinatown (1974) e O Inquilino (Le Locataire, 1976), Polanski nasceu em Paris mas, descendente de poloneses, mudou-se com os pais para Varsóvia aos dois anos de idade, em 1935. Ali, no meio da guerra, assistiu à morte da mãe e da irmã - e ficaria com as imagens do extremismo marcadas na memória.
Polanski não se considerava suficientemente imparcial para dedicar um filme ao episódio. Foi o que disse a Steven Spielberg quando recebeu a oferta de dirigir A lista de Schindler. Em todo caso, visualizou no drama real de Szpilman uma maneira sincera de recontar a tragédia. Queria manter uma mensagem: a de que os judeus poloneses se destacaram pela luta no "Gueto", apesar da idéia dominante de um massacre sem resistência. No fim das contas, muitas das passagens vistas no filme fizeram parte da vida de Polanski. A cena em que o pai de Szpilman recebe a ordem de um oficial nazista para andar na sarjeta, ao invés da calçada, e acaba surrado, aconteceu com o pai do diretor.
E quando ouviu da crítica que seu filme seria "acadêmico demais", o diretor tomou o comentário como um elogio - e completou: "Fricotes e movimentos vertiginosos de câmera seriam obscenos; um filme como este deve ser narrado com sobriedade e ética". A explicação resume os méritos de Polanski atrás das lentes. Aliado à dedicação, o equilíbrio permeia toda a produção, justamente numa temática em que qualquer deslize pode levar a caricaturas ou clichês.
Já a vida singular de Szpilman serve como um diferencial poético. Sem tino para a luta armada, o personagem figura ora como observador dos acontecimentos, ora como um fantasma que resvala de esconderijo em esconderijo. Do contraste entre o seu delicado talento artístico e a brutalidade da guerra, surgem as passagem mais emocionantes. Dentre elas, a mais bela e emblemática é aquela em que Szpilman, mantido isolado em um apartamento deserto, apenas simula tocar um piano, uma vez que qualquer barulho acabará com a sua "camuflagem".
E, por fim, a interpretação de Brody engrandece a película. À parte a transformação física, a barba, as olheiras e os quatorze quilos perdidos para a preparação do papel, o ator transmite com um simples olhar todo o sentimento de solidão do personagem. Cabe a ele boa parte da tarefa de provar, ao espectador, que o filme não é apenas um dentre muitos sobre o tema. Aliás, raramente a expressão "bom de doer" é usada com propriedade. Neste caso, vale dizer. O Pianista é um filme que dói.

Mais exemplos: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, contra-ataque, micro-ondas, semi-interno, etc.
Atenção: se o prefixo terminar com consoante, usa-se hífen se o segundo elemento começar com a mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, super-resistente, super-romântico, etc.
Lembre-se: nos demais casos, não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

Dúvidas?
As dúvidas que porventura surgirem acerca da nova ortografia podem ser resolvidas por meio do novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), cuja elaboração compete à Academia Brasileira de Letras.


5 - ALFABETO
O alfabeto passará a ter 26 letras. Além das atuais, serão incorporadas oficialmente as letras k, w e y. Observe a posição das novas letras no alfabeto:
A B C D E F G H I
J K L M N O P Q R
S T U V W X Y Z

Essas letras poderão aparecer em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, playground, watt, Kafka, kafkiano, etc.
6 - HÍFEN
O hífen deixará de ser empregado nos seguintes casos:
a) Quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal que iniciar o segundo elemento.

Exemplos:

Estou lendo um livro de auto-ajuda.
Estou lendo um livro de autoajuda.

Ele passou na auto-escola!
Ele passou na autoescola!
Mais exemplos: agroindustrial, autoafirmação, autoaprendizagem, autoestrada, autoimagem, contraindicação, contraoferta, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático, supraocular, ultraelevado, etc.
b) Quando o prefixo da palavra terminar em vogal e o segundo elemento começar com as consoantes s ou r. Nesse caso, a consoante será duplicada.
Exemplos:
Meu namorado é ultra-romântico.
Meu namorado é ultrarromântico.
Comprei um creme anti-rugas.

Comprei um creme antirrugas.
Mais exemplos: antessala, antirreligioso, antissemita, autorretrato, antissocial, arquirromântico, autorregulamentação, contrarregra, contrassenso, extrarregimento, extrasseco, infrassom, neorrealismo, ultrarresistente, ultrassonografia, semirreta, suprarrenal.
c) Não se utilizará mais o hífen nas palavras que, pelo uso, perderam a noção de composição. Veja:
pára-quedas -> paraquedas
Mais exemplos: mandachuva, paraquedista.
Uso do Hífen
Com o novo acordo, o hífen passará a ser utilizado quando a palavra for formada por um prefixo terminado em vogal e a palavra seguinte iniciar pela mesma vogal. Observe o exemplo abaixo:
micrnibus-> micro-ônibus


3 - ACENTO CIRCUNFLEXO
O acento circunflexo deixará de ser utilizado nos seguintes casos:
a) Em palavras com terminação ôo. Veja:

enjôo -> enjoo

vôo -> voo

magôo -> magoo
Mais exemplos: abençoo (abençoar) , coo (coar), coroo (coroar), doo (doar), moo (moer), perdoo (perdoar), povoo (povoar), voos (plural de voo), zoo (zoar).
b) Nas terminações êem, que ocorrem nas formas conjugadas da terceira pessoa do plural dos verbos ler, dar, ver, crer e seus derivados. Veja o exemplo abaixo:

Eles lêem. -> Eles leem.
Mais exemplos: creem, deem, veem, descreem, releem, reveem.
Atenção: os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam sendo acentuados na terceira pessoa do plural.
Eles têm três filhos.
Eles detêm o poder.
Eles vêm para a festa de sábado.
Eles intervêm na economia.

4 - TREMA
O trema, sinal gráfico utilizado sobre a letra u dos grupos que, qui, gue, gui, deixa de existir na língua portuguesa. Lembre-se, no entanto, que a pronúncia das palavras continua a mesma.
Exemplos:
cinqüenta-> cinquenta
pingüim -> pinguim
Mais exemplos: aguentar, bilíngue, consequência, delinquente, frequente, linguiça, sequência, sequestro, tranquilo, etc.
Atenção: o acordo prevê que o trema seja mantido apenas em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.
 

Guia Prático da Nova Ortografia

Esteja atento às alterações previstas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A partir de 2009, as novas regras linguísticas entrarão em vigor oficialmente.





 1 - ACENTO AGUDO
O acento agudo desaparecerá em três casos:
a) Nos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).
Exemplos:
idéia -> ideia
geléia -> geleia
bóia -> boia
jibóia -> jiboia
Mais exemplos: alcaloide, alcateia, apoio, assembleia, asteroide, celuloide, colmeia, Coreia, epopeia, estreia, heroico, joia, odisseia, onomatopeia, paranoia, plateia, proteico, etc.
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam sendo acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus, chapéu, chapéus, anéis, dói, céu, ilhéu.
Exemplos:
papéis
chapéus
troféu
b) Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos formando hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes), quando vierem após um ditongo. Veja:
baiúca -> baiuca
bocaiúva -> bocaiuva
feiúra -> feiura
cheiínho -> cheiinho
saiínha -> saiinha
Taoísmo -> Taoismo
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou
seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, Piauí.
c) Nas formas verbais que possuem o u tônico precedido das letras g ou q e seguido de e ou i. Esses casos ocorrem apenas nas formas verbais de arguir e redarguir. Observe:
argúis -> arguis
argúem -> arguem
redargúis -> redarguis
redargúem -> redarguem
2 - ACENTO DIFERENCIAL
O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas (que possuem a mesma pronúncia). Com o acordo ortográfico, ele deixará de existir nos seguintes casos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Observe os exemplos:
Ela não pára de dançar.

Ela não para de dançar.
A mãe péla o bebê para dar-lhe banho.

A mãe pela o bebê para dar-lhe banho.
Este é o pólo norte.
Este é o polo norte.
Os garotos gostam de jogar pólo.

Os garotos gostam de jogar polo.
Meu gato tem pêlos brancos.
Meu gato tem pelos brancos.
A menina trouxe pêra de lanche.


A menina trouxe pera de lanche.
Atenção: existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial:
pôr (verbo) -> para não ser confundido com a preposição por.
pôde (verbo poder conjugado no passado) -> para que não seja confundido com pode (forma conjugada no presente).


Trema

Extinção do trema

Desaparece em todas as palavras:
freqüente frequente
lingüiça linguiça
seqüestro sequestro
ATENÇÃO! O trema permanece em nomes como Müller ou Citröen.


Hífen

Eliminação do hífen em alguns casos

O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos:
1. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:
extra-escolar extraescolar
aero-espacial aeroespacial
auto-estrada autoestrada
2. Quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes serem duplicadas:
anti-religioso antirreligioso
anti-semita antissemita
contra-regra contrarregra
infra-som infrassom
ATENÇÃO! O hífen será mantido quando o prefixo terminar em r-
Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.





Grafia (Portugal)

Alterações limitadas a Portugal

Desaparecem o c e o p de palavras em que essas letras não são pronunciadas:
acção ação
acto ato
adopção adoção
óptimo ótimo

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Acento agudo no u forte

Desaparece o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar:
averigúe averigue
apazigúe apazigue
ele argúi ele argui
enxagúe você enxague você

Acento Diferencial

Some o acento diferencial (aquele utilizado para distinguir timbres vocálicos):
pêlo pelo
pára para
pólo polo
pêra pera
côa coa

Acento agudo de algumas palavras paroxítonas

 some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas:
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura

Acento circunflexo em letras dobradas

  Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos):
crêem creem
lêem leem
dêem deem
vêem veem
prevêem preveem
enjôo enjoo
vôos voos

Acentuação dos ditongos das palavras paroxítonas

 Some o acento dos ditongos (quando há duas vogais na mesma sílaba) abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte):

idéia ideia
bóia boia
asteróide asteroide
Coréia Coreia
platéia plateia
assembléia assembleia
heróico heroico
estréia estreia
paranóia paranoia
Européia Europeia
apóio apoio
jibóia jiboia
jóia joia

Reforma Ortográfica

As novas regras ortográficas estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009. De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012 valem as duas formas de escrever: a antiga e a nova. No Ano Novo começa o chamado “período de transição”. Portugal, que também aprovou o acordo ortográfico, adotará as novas regras até 2014